quarta-feira, 23 de setembro de 2020

[Resenha]Wicca a Religião da Deusa – Claudiney Prieto

                Não se pode falar na Wicca no Brasil e não falar de Claydiney Prieto que foi o percursor da religião no pais. Há 20 anos, em uma época em que não havia livros traduzidos para o português sobre a Wicca nas livrarias e ter acesso ao conteúdo digitalmente era muito difícil , foi quando o livro  Wicca a Religião da Deusa foi publicado. O primeiro livro em português sobre a religião e que trazia muitos rituais atualizados para a realidade do Brasil, assim como tornava o conhecimento mais acessível a todos.

                Diferentemente de outros livros publicados anos atrás e que com o tempo acabaram se tornando desatualizados - uma vez que a Wicca é uma religião sem dogmas fixos e que está em constante atualização assim como o tempo – este não é o caso aqui. Este ano na 54ª edição do livro, ele foi atualizado para conter as informações atualizadas para a realidade da Wicca no Brasil o que o mantém como uma referência para todos os que estão começando a se interessar pela arte.

                Um dos pontos altos do livro é que diferentemente dos outros que contam a história da Wicca ao redor do mundo, este se concentra na história e na evolução da religião no Brasil o que é algo muito interessante e que poucas pessoas sabem. Como a religião cresceu por aqui, toda a sua trajetória até onde estamos hoje. E eu garanto para vocês que  a história é interessante e bem maior do que eu própria imaginava.

                O livro possui 318 páginas que incluem teoria e prática para aqueles que estão começando, os pontos altos do livro são as explicações sobre os Sabbats, sobre o que é uma Tradição, os Ritos de Passagem e é claro sobre a Deusa. Apesar do livro também tratar de outros assuntos como o circulo mágico, o Deus, Instrumentos mágicos, Iniciação e alguns feitiços, foram os primeiros temas que eu citei  os que mais chamaram a minha atenção.

                Começando pelos Sabbats este livro dedica 66 páginas aos 8 dias de poder explicando desde a origem do nome, a simbologia, a história da deusa e do deus comemorada no dia, os costumes, comidas tímicas e inclusive dando dicas de atividades para se fazer em cada um. Admito que gostei muito desta parte do livro e até aqui é a mais completa que eu li até agora.

                Sobre as Tradições, a maioria dos autores evita falar no assunto, porém Claudiney falou de forma clara e respeitosa sobre cada uma delas, no que acredita e as diferenças e peculiaridades entre cada uma. Isso é muito interessante para aqueles que estão começando os seus estudos e planejam se juntar a um coven, estar com a sua fé alinhada a tradição que o coven acredita é primordial, então ter um conhecimento básico do assunto pode facilitar muito a sua vida.

                Apesar de já ter ouvido falar sobre alguns dos ritos de passagem na wicca por meio dos grupos do facebook, eu nunca havia lido profundamente sobre eles antes, então foi algo bem interessante e que eu já tinha interesse antes mas nunca havia lido formalmente sobre o assunto.

                Ao mesmo tempo em que eu posso elogiar Claudiney Prieto pelo seu incrível trabalho ao explicar sobre a Deusa para leitores que em sua maioria cresceram ouvindo desde a infância que só havia um Deus masculino e por isso se conectar com a Deusa é mais difícil, eu não posso deixar de criticá-lo por  seu livro fazer justamente o oposto e focar muito mais na Deusa no que no Deus. Isso é algo que ocorre em algumas Tradições, porém não em todas e enquanto algumas acreditam que a Deusa está em uma posição elevada, outras creem que não existe uma divindade superior, que o masculino e o feminino se complementam e trazem equilíbrio ao nosso planeta.

                Concluindo, eu gostei bastante do livro, acredito que ele possui mais pontos positivos do que negativos, o seu conteúdo é de maneira geral excelente, muito bem explicado e completo podendo agregar muito aqueles que estão começando no assunto, principalmente os brasileiros que, às vezes têm dificuldade de se conectar com os livros estrangeiros que retratam uma realidade muito distante da nossa (longos períodos de frio e neve são algo que definitivamente não fazem parte da realidade do brasileiro).



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